terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Festas de “Confraternização”


Quando chega o final de ano as empresas enlouquecem, algumas têm seu ritmo hiper acelerado, outras vão diminuindo as atividades e tornando os serviços precários. Os patrões ficam de cabelo em pé com o décimo terceiro dos funcionários, férias coletivas, brigas entre eles para se livrarem dos plantões nas festas, contratações temporárias e seus próprios pepinos particulares e peculiares dessa época do ano.
Os funcionários por sua vez estão cansados, loucos para receber o tal décimo terceiro e para tirar suas férias. No caso das empresas que estão desacelerando nessa época os interesses se juntam e fica mais fácil o encerramento do ano.
Já as pobres empresas que tem boa parte do seu faturamento nessa época, sofrem bem mais. O patrão quer produtividade e o funcionário quer folga. Ele sabe que é a melhor época para ganhar dinheiro, mas está “cansado” não quer trabalhar nas festas, mas precisa, não juntou durante o ano, então trabalha de mau-humor. Reclama do movimento, de dor nas costas, doenças surgem nas sextas feiras ou sábados. Não plantaram durante o ano para colher depois e assim o clima “natalino” se instala.
O Patrão puto com a folga dos funcionários e os funcionários putos porque o patrão é insensível! Fica histérico nessa época (por que será? kkk)
E ainda tem a confraternização haaaa que delícia... Todo mundo puto tendo que: fazer amigo secreto, comprar presente, organizar festinha, trazer salgadinho, fazer vaquinha tudo de bom...
O patrão, além de ter que gastar com a festa ainda tem que participar... tem uns que nem vão, mandam representante kkk Amigo secreto então é piada, numa empresa de 20 pessoas 4 são amigas o resto é colega complicado ou seja, vc sempre tira alguém que não é seu amigo, ou tira o patrão que é pior ainda. Vai dar e ganhar uma porcariazinha seguida de uma piada às vezes de muito mau gosto com sua pessoa. E tem que rir ainda por cima.
Acho que a verdadeira confraternização é daquelas empresas em que os funcionários vão toda sexta tomar uma, nem que seja água, juntos, formam uma equipe o ano todo, trabalham em união com o patrão que em muitas sextas também se sentou à mesa do barzinho. Essas empresas não precisam de festas de confraternização forçada. Eles não são amigos secretos, são parceiros de trabalho com interesses e objetivos em comum. Prosperar naquilo que resolveram fazer juntos e não um contra o outro. Aí as festas são sensacionais! Homéricas! Ótimas!!!! Mas esse espírito cooperativo só se consegue durante o ano, ele não vem como uma mágica na festa de confraternização. A mágica vem do funcionário não ver o patrão como um vilão insensível e o patrão não ver seu empregado como um Inimigo Pago!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

As Birutas, Parte 2

Como já disse uma vez, várias birutas passaram pelo meu salão, essa deu um susto na gente, mas a culpa não foi dela. Eu estava precisando de uma recepcionista e uma cliente sugeriu que eu conhecesse a filha dela, claro que aceitei na hora, afinal nada como uma boa indicação, principalmente na recepção que na minha opinião, é o ponto nevrálgico de qualquer negócio. Nada como colocar alguém de um nível melhorzinho para atender as clientes. A garota veio com a mãe, linda gente! linda mesmo, novinha, doce, meiga, lembro apenas dos olhos bem verdes que ela tinha, cursando o antigo segundo grau, ela não tinha experiência mas eu também não tinha dinheiro para pagar alguém experiente, pensei posso ensina-la, afinal não é nenhum bicho de sete cabeças.E assim foi, ela começou a trabalhar, fui ensinando as coisas e ela parecia estar aprendendo, eu só estranhava a marcação da mãe em cima dela, ligava toda hora, levava, buscava a menina não tinha liberdade nenhuma. Ela tinha quase 20 anos e parecia que não podia fazer nada sózinha. Nunca comentei nada com ela, nem ela reclamava. Mas era estranho.Algumas funcionárias começaram a dizer que ela marcava os horários errados, Outras diziam que quem falava isso estava com inveja pois ela era muito linda e legal afinal, com elas não acontecia. Quando eu estava lá, tudo parecia normal, talvez um pouco desatenta mas ainda estava aprendendo, esquecia algumas coisas mas de um modo geral eu estava satisfeita. Um dia uma funcionária fofoqueira veio me dizer que a menina tomava remédios controlados e que quando não tomava tremia. Isso nunca me assustou, meu pai é psiquiatra, se era receitado por um médico é porque precisava. Achei o comentário dela maldoso e não me interessei em saber o porque dela tomar os tais remédios. Uma vez eu vi ela tremendo, peguei nas mãos dela e estavam suando, perguntei se ela estava bem e ela disse que sim. Perguntei se tomava alguma coisa ela disse que tinha disritmia e tomava alguns remédios. Sosseguei. Minha mãe e meu irmão tinham disritmia e também tomavam remédios. Só não tremiam quando ficavam sem. Um belo dia... As funcionárias me ligam desesperadas dizendo que a menina estava tendo um ataque epilético, na frente das clientes e elas não sabiam o que fazer, eu também não estava lá, então pedi para ligarem para a mãe dela e para o resgate se fosse o caso. E fui para lá, quando cheguei, o ataque já tinha passado a garota estava branca como um papel, e a mãe calma, parecia acostumada. Perguntei se as crises eram cons tantes e ela disse que mais ou menos. O curioso é que essa mãe NÃO ME AVISOU que a menina era epilética, achei o fim da picada, ela poderia ter morrido. Não tinha ninguém lá que soubesse lidar com aquilo, ela não deixou tel de médico, ela não falou nada. Claro que para o bem da menina achei melhor que ela não trabalhasse com a gente até ficar boa, depois disso nunca mais tive notícias. Conclui que nesse episódio a Biruta foi a mãe que quís esconder a doença da filha, achando que se falasse a verdade ninguém empregaria. Só que esconder esse tipo de coisa é um risco para o próprio doente. Ainda mais no caso delas que definitivamente não precisavam monetariamente disso. Ainda bem que deu tudo certo.

domingo, 12 de julho de 2009

Mãos ao Alto


Meu salão foi assaltado 2 vezes. A primeira incrivelmente o ladrão sabia que nosso FAX estava quebrado pois foi assim que ele entrou na casa, afinal o FAX estava mesmo quebrado, mas o ladrão VIDENTE sabia! Dessa vez, perdemos a CPU do computador e uma impressora. Na segunda vez, salientando que em ambas eu não estava no recinto, um cara veio como cliente num dia, deu uma sondada e no dia seguinte, coincidentemente dia de pagamento das funcionárias e vejam só não era dia 5 nem dia 10, eu pagava elas dia 25. Dessa vez ele ameaçou as funcionárias com uma faca, deu uns tapas na gerente, que nenhuma delas gostava, prendeu todas na edícula menos a gerente, foi direto na COZINHA onde elas guardavam suas bolsas, roubou todas, levou a bolsa da gerente claro e foi embora, do salão mesmo não roubou nada. Como ele sabia o dia do pagamento? como ele sabia que eu não estava lá naquele horário? como ele sabia onde as funcionárias guardavam as bolsas? Por que ele só zoou com a gerente? No primeiro caso a X9 que deu a fita sabia muito bem o que queria. roubar o computador, um misto de vingança e espionagem, sem violência. Na segunda vez, a X9 não queria me roubar, provavelmente odiava a gerente e deu um jeito de agredi-la e rouba-la além de levar um troco das colegas. E como descobrir no meio das coitadas assaltadas, agredidas quem foi que deu a fita? A gente não descobre.

E a quantidade de notícias em que ex-funcionários, assaltam, sequestram e matam?

Fíz uma pesquisinha medíocre só pra ver no que dava vejam:
Ex funcionário é mandante de assalto: 10.600 páginas ou roubo de informações

http://www.jornaldeararaquara.com.br/home.pas?codmat=19841&pub=2&edicao=
Ex funcionário é mandante de sequestro: 11.700 páginas
Ex funcionário é mandante de assassinato: 23.900 páginas
Ex funcionário acusado de assalto: 961.000 páginas

http://www.aratuonline.com.br/noticia/11620.html
Ex funcionário acusado de sequestro: 67.300 páginas


Isso só em páginas do Brasil. Portanto cuidado, lembre-se que o convivio proporciona muita informação, preserve-se...

domingo, 21 de junho de 2009

As Birutas Parte 1


Como não estou aqui só para contar histórias de clientes, vou incluir no Blog algumas histórias bizarras de funcionários, sócios e minhas também. Assim todos podem ver que bizarrices. Acontecem com todo mundo. E sempre servem para algum tipo de ensinamento. Fiquem atentos nos "Birutas"

Chamo de Birutas pra não dizer loucos pois de louco todos nós temos um pouco, mas funcionário, chefe ou colega louco ninguém merece... e eu já tive todos rsrs mas dessa vez tenho que admitir que o pior é o colega louco, pois o chefe a gente pode se demitir, o funcionário idem, mas sair de um lugar por conta de um colega é a pior sensação, na minha opinião.

Primeiro claro, vou lembrar dos funcionários. Tive biruta limitada, talvez limitada pela falta de oportunidde, a Mô era estranha, sózinha, carente mas me adorava e eu também gostava muito dela, sinto que com ela eu cumpri um carma, afinal por mais que ela demostrasse a birutisse eu não tinha coragem de demiti-la.

Ela começou como faxineira, depois passou a office girl, era de extrema confiança e sabia ir nos bancos, conhecia o bairro todo, era rápida e tudo que fazia, fazia bem feito, mas disconfiômetro era uma coisa que ela desconhecia, por conta da carência, queria ficar conversando, perguntava milhões de perguntas e eu tentando trabalhar, ela me sugava o tempo, mas era inteligente, esforçada, fiel como um cão de guarda, eu tinha paciência, não muita mas tinha, eu ouvia um pouco e depois pedia para ela descer, lá embaixo ou ela azucrinava as colegas com tanta falação ou azucrinava as clientes sem pudor nenhum.

E não adiantava pedir pra ela parar ela não obedecia ninguém só eu, eu tinha que parar o que estivesse fazendo para tirar ela de cena. Dava broncas explicava, pedia pra ela melhorar mas ela melhorava por um tempo depois começava de novo, com o passar do tempo e a convivência com as colegas cobras, ela foi piorando e (tadinha, digo tadinha com aperto sincero não com ironia) ela queria ser amiga de todo mundo, dava presentes, comprava lembrancinhas para todas, aquilo me comovia profundamente e apesar da reclamação de todas as funcionárias, da minha irmã que na época era minha sócia, eu sempre dava um jeito de ficar com ela. Eu confiava nela e ela por incrível que parecesse naquele mar de não confiáveis, merecia.

Mas era inconveniente demais! e foi envenenada pelos maus exemplos lá de dentro, começou a perder o respeito, me tratava como se eu fosse da famíla dela, isso na frente de clientes e colegas, retrucava minhas broncas virou um inferno...

Mas ela não era má era biruta, e eu tinha pena dela, outro sentimento que é melhor não ter quando vc tem uma empresa. É difícil mas é assim. Um dia fui dar uma bronca nela por alguma coisa que não me lembro e ela saiu gritando da casa igualzinho a uma manicure, tabém biruta, que ela viu fazendo isso.

Deixei ir, e ela não me causou nenhum mal, por Deus logo depois ela arrumou um outro emprego e voltou a visitar o salão agora como "amiga" . Não sei que fim levou a Mô, mas ela se virava dentro dos seus limites e birutices, ela sobrevivia nesse mundo louco. E apesar de tudo era uma pessoa muito alegre.

domingo, 12 de abril de 2009

A Força dos bebês


Como eu disse, meu calvário com Dadá ainda ia durar por um bom tempo, mantive ela na casa dela recebendo até o bebê nascer, e não pude demiti-la durante os 5 meses de licença, nesse ínterim, claro venceram férias, eu já chegava a 1 ano sustentando ela em casa. Liguei para meu contador e disse, prepare tudo, quando ela vier receber o último salário, faça ela assinar a carta de aviso prévio. Quando ela veio receber ele me ligou atônito, e disse vc não vai acreditar mas ela está grávida de novo!!!! aquilo foi praticamente o fim do meu salão pois, tive que sustentá-la mais um ano em casa e ao mesmo tempo pagar a nova recepcionista. Que não demoraria muito também engravidaria, me fazendo pagar uma terceira para substituí-la durante sua licença. Uma beleza isso, fora uma manicure gordinha que eu tinha que quando começou a faltar já foi para dar a luz, nem ela sabia que estava grávida segundo ela, nem ela, nem família, nem pai, tudo obra do senhor dicerto. 9 meses sem menstruar e me vem com essa lorota. De novo nossa lei trabalhista protegendo gente esquisita. Trabalhar com mulher em idade de risco de gravidez hoje em dia é uma fria, acho que mulheres mais velhas, homens e gays produzem melhor, não ficam desesperadamente querendo se empregar para poder ter seus filhos, acho que em vez da licença de tanto tempo o que funcionaria seria uma licença negociável de 2 a 4 meses e o restante do tempo até 6 meses elas receberiam um salário a mais do governo para ajudar com a criança, mas voltariam a trabalhar, estariam ativas sem risco de perder o emprego ou o cargo após seu retorno. Agora 6 meses em casa é ruim para os dois lados. E não acredito que no reino animal qualquer mãe precise ficar 6 meses colada na cria sem ir em busca de alimento, com excessão daqueles que não impedem sua mãe de caçar, morando em suas bolsas, papos ou grudados com suas próprias mãozinhas... hahahaha pobres bebês... tão fofinhos, tão inocentes e aqui pelas nossas leis tão poderosos... acho que se não fosse assim seriam mais planejados, menos abandonados, menos carentes, mais bem educados, sei lá... Depois desses episódios tive mais 3 funcionárias que engravidaram, não tinham registro, não exigiram nada, ficaram 2 meses em casa recebendo, voltaram a trabalhar por vontade própria, e ficaram numa boa, sem reclamar da licença nem de nada, era mais importante continuarem trabalhando! então dá para ser diferente! Agora usar a lei para se proteger de demissão iminente... é usar uma vida em "suposto" benefício próprio, usar duas como no caso de Dadá é o fim da picada!


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Dadá A Recepcionista


















Dadá era da Bahia, tinha chegado a pouco tempo em São Paulo quando foi trabalhar comigo, veio por um anúncio de jornal, muito falante e simpática, tudo que eu precisava para uma boa recepção. E... como todas as outras começou muito bem! Ela entrou numa fase boa, quando o salão da massagista já estava fechando, ela entrou com toda garra! vestiu a camisa da empresa, mas era meio mandona com as outras funcionárias, ela era só recepcionista mas na minha ausência, agia como se o salão fosse dela, tomava decisões, dava bronca, eu até gostava daquela ajuda afinal, a casa estava cheia de funcionárias e ela parecia estar do meu lado, e acho que até esteve por algum tempo. Ela vendia super bem, não só os serviços como produtos, qualquer coisa que a gente tivesse ou não tivesse rsrsrs Ficava amiga das clientes, dos fornecedores, ela era amiga de todo mundo. Mas gostava de mandar nas outras e aquilo começou a me dar problemas, as funcionárias começaram a reclamar dela, ela desmentia as reclamações dizia que queria as coisas certas por isso fazia aquilo, e eu acreditava ela ficou também pelo menos 2 anos, e o problema dela é que foi ficando cada vez mais entrona, ela teve todas as fases, começou me admirando, depois passou a me imitar e depois a querer ser eu, e na fase final queria mandar em mim rsrsrs. Só me dei conta de que tinha algo errado quando comecei a perder boas funcionárias por causa dela, elas simplismente iam embora, sem explicações, mas sempre vinha alguém me dizer que tinha sido obra da Dada. E eu achava que era implicância delas, afinal ela me ajudava a por ordem na casa. Mas milhões de moscas não podiam estar enganadas e comecei a ficar de olho, e a me irritar com o jeito dela. O que era iniciativa passou a ser desmande, ela começou a tomar deciões que só eu podia tomar, fora o que ela fazia de comércio por debaixo dos panos, com as clientes, com as colegas, mas a pior coisa foi ela ter ficado arrogante, dei poder a ela e ela não soube usar, pior começou a usa-lo contra mim! Me lambia na minha frente e me pixava pelas costas, lamentei muito a mudança de comportamento dela, afinal tenho que admitir ela tinha muitas qualidades técnicas se tivesse controlado o gênio ruim tudo teria dado certo. Mas não deu, A Dadá foi a que mais me tirou do sério, a que mais me enlouqueceu e por mais tempo... Demorei para tomar a decisão para mandá-la embora, mas eu teria que fazer a situação estava insustentável, tanto para mim quanto para as outras funcionárias. Mas ela era uma funcionária registrada, dava um gasto danado mandar embora sem uma justa causa. O que eu não sabia é que ela já sabia que seria mandada embora, e já estava se preparando... Um belo dia, teve uma discussão na casa e resolvi aproveitar o babado para demiti-la. Quando eu disse que ela estava demitida ela me olhou na frente de todo mundo e disse, vc que pensa... foi até a bolsa e me mostrou um exame positivo. Ela estava grávida.
Entrei em pânico, eu não poderia demiti-la, como ia conviver com aquilo??? liguei para meu advogado e ele disse que não tinha jeito, ou eu deixava ela trabalhar ou pagava a ela para ficar em casa. Tentei me conformar com a primeira opção, afinal eu não tinha grana para pagar 2 recepcionistas, uma trabalhando e outra em casa com a barriga pra cima. Mas... quando ela estava mais ou menos no quinto mês de gravidez, eu poderia dizer que briguei com ela pra resumir a história, mas faço questão de contar como foi, para que ninguém pense que eu fui injusta, ou louca. Um belo dia desci e ela estava em pleno horáio de serviço lendo revistas, perguntei discretamente se ela já havia acabado de passar o cadasto no computador, afinal não faltava trabalho para ser feito e convenhamos que trabalhar no computador não é dos serviços mais pesados, falei isso e subi, desci um tempo depois e ela continuava a ler as revistas, perguntei, vc não me ouviu? eu preciso que vc acabe de passar o cadastro no computador, até aqui eu estava calma, e ela irônica..., fui até a cozinha voltei e ela continuava na revista, comecei a perder a paciência, falei escuta, eu estou mandando vc parar de ler a revista e fazer seu trabalho AGORA!!!! quando eu disse isso ela se levantou e disse, agora não, vou tomar um café e foi pra cozinha, viche! era muito topete! eu fui atrás e insisti pra que ela voltasse ao trabalho, que ela estava me desafiando só porque estava protegida por aquela barriga, não deixei ela tomar o café, ela começou a vociferar como um animal, gritando para todo mundo ouvir que eu era desumana, que não deixava uma grávida descansar, montou um barraco! mas desse eu não corri não, eu já estava pelos tampos e ela conseguiu me tirar do sério como eu nunca vi na vida! eu estava possessa quanto mais ela gritava, mais eu gritava, eu quase dei nela. Parei minha mão a 5cm daquele pescocinho metido! Mas não toquei nela, consegui me controlar, subi liguei para o advogado em prantos e ele me disse. Não tem jeito, se vc não suporta a presença dela, mande ela para casa, mas o salário vc vai ter que continuar pagando. Preferi o prejuízo financeiro, ao prejuízo emocional que ela me causaria e a mandei para casa, para não voltar mais. Achei que de alguma forma tinha me livrado dela... Mas esse fantasma me assombrou por muito tempo. Muito mais do que qualquer um possa imaginar...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A Faxineira que virou depiladora



















Fátima era analfabeta, tinha 5 filhos, foi indicada por uma depiladora minha para trabalhar no salão como faxineira. Ela limpava a casa como eu nunca vi... até os azulejos da cozinha ela limpava com escovinha de dentes, um capricho!
Mas eu não me conformava com o fato dela não saber ler e escrever, resolvi ensina-la, comprei cartilhas, joguinho de letras, ficava pelo menos uma hora por dia com ela, tentando ver se ela aprendia algo. Era muito difícil, ela já tinha uma certa idade e eu não tinha didática nenhuma... mas eu ia tentando e ela também. Devagar pelo menos o nome ela já conseguia assinar... conta ela sabia fazer de cabeça era esperta a bichinha...
Mas como em toda empresa, vassoura nova sempre varre bem, durante um tempo ela foi exemplar na limpeza, mantinha o salão impecável, comecei a dar a ela além do salário uma cesta básica para ajudar em casa afinal 5 filhos não era bolinho.
Todo Natal fazíamos festinha no final do ano e eu sempre presenteava todos os filhos dela. E eu fazia de coração pois ela era realmente empenhada... Ela ficou 4 anos comigo. Com o tempo fui ensinando ela a mexer com a cera de depilação e aos poucos comecei a ensina-la a depilar, eu e as outras depiladoras, todo mundo ajudava a Fátima. Minha idéia é que ela evoluísse, aprendesse uma profissão melhor, e ela foi aprendendo... não só as coisas boas como as coisas ruins também... conforme a empresa foi crescendo e a quantidade de funcionários aumentando também aumentaram as maçãs podres e infelizmente toda capacidade que ela tinha pra aprender também tinha para se influenciar... e Fátima começou a mudar...
Começou a perder a humildade, a se achar..., passou a reclamar do serviço, do horário, do ganho, começou a chegar tarde, em vez de dar o bom exemplo para as novas ela foi se estragando com as más influências, foi se debandando para o lado de lá... o processo foi lento eu demorei para acreditar, mesmo porque toda a empresa estava de degringolando sem que eu percebesse. Na fase ruim, aquela pior de todas, ela não foi trabalhar com a massagista, ficou como depiladora, já estava fazendo clientela, eu naquele turbilhão tentando salvar as coisas, chegou num ponto que ela era a única depiladora da casa, pois a massagista levou a outra, tudo dando errado e ela veio e pediu as contas. Eu não tinha nem dinheiro pra pagar a recisão dela, fíz um acordo para pagar parcelado em 10X, ela aceitou e eu fui na tempestade por mais 9 meses, tive que aprender a depilar para não ter que contratar mais ninguém, eu estava ficando totalmente sózinha a falência já tava batendo na porta, chegou um ponto que eu só tinha uma funcionária, nova tinha entrado a 3 meses, praticamente para me ajudar a fechar. Então veio a punhalada fatal.
Quando faltava o último pagamento do acordo dela, eu estava numa situação desesperadora e atrasei 2 dias para paga-la. Recebi um telefonema anônimo dizendo que se eu não pagasse eu iria me arrepender. Não entendi mas paguei, no dia seguinte apareceram 2 fiscais da justiça trabalhista dizendo que receberam uma denúncia de que tinha gente trabalhando sem registro no salão, eu só tinha aquela coitada que estava me ajudando a fechar, as fiscais ficaram até com dó de chutar o cachorro morto, mas mesmo assim me fizeram registrar a menina mesmo sabendo que eu estava para entregar a casa. Mais prejuízo, mais dor de cabeça e tudo a troco de nada pois nessa altura do campeonato eu já estava decidida a não ter mais negócio. E foi ela que me denunciou, junto com uma recepcionista antiga. Acreditem ou não... tempos depois... ela me ligou em casa para perguntar se eu tinha trabalho pra ela, essa gente é caruda mesmo não? pra essa eu respondi bem mau educada que se eu a visse passando fome na minha porta junto com um cão era mais fácil eu alimentar o cão. Pelo menos eu não me arrependeria depois.

A primeira Massagista



















A Sil era massagista, uma excelente massagista, diga-se de passagem, fazia uma massagem estética como ninguém, trabalhou comigo por uns 2 anos fêz uma clientela super legal, tinha fila pra fazer massagem com ela, muito simpática, falante e muito inteligente, um amor de funcionária...
Me conquistou assim com competência, bom humor, esperteza e dedicação. Claro que ela tinha defeitos, defeitinhos como ser consumista ao extremo, gastava feito uma doida comprava tudo que via pela frente, nunca me esqueço quando um vendedor de sapatos foi no salão e ela comprou 4 pares, nesse ponto ela era completamente descontrolada. Gastava seu salário todo praticamente antes de receber, eu que controlava as contas dela, pagava a escola das crianças antes que ela gastasse tudo que ganhava.
Eu confiava nela plenamente...era mais uma funcionária-amiga aquelas que sabe da sua vida, desabafa contigo os problemas dela, ela tinha 2 filhas e um marido meio folgado que não gostava muito do batente não, ela que acabava levando a grana pra casa.
Um belo dia ela pediu as contas assim, do nada, sem motivo algum, disse que iria trabalhar em outro lugar para ganhar mais, eu adorava ela mas não podia cobrir a tal oferta que ela tinha recebido, desejei boa sorte e ela se foi... para o salão foi uma perda e tanto afinal ela tinha realmente muitas clientes... mas se era para algo melgor pra ela... tudo bem...
Uma semana depois uma outra funcionária minha me disse que ela não iria para outro emprego, mas sim que ela iria abrir um salão pra ela ali por perto... já achei aquilo uma traição afinal, se era assim ela poderia ter falado comigo, se tinha grana pra abrir um salão poderia ser minha sócia... não entendi direito...
O babado é que ela não tinha essa grana... mais ou menos um mês depois que ela saiu, chegou a intimação do processo trabalhista contra mim, pedindo R$ 18.000,00, aí estava a grana para ela montar seu salão...
Por ser meu primeiro processo entrei em pânico junto com a depressão e a tristeza de ter sido traída por alguém que eu tive toda consideração do mundo, fui correta o tempo todo eu fiquei arrasada com isso... mas precisava enfrentar... e fui adiante...
Não perdi tudo que ela pediu, mas perdi muito mais... ela alugou uma casa a 3 casas do meu salão, na mesma rua, no mesmo quarteirão... para eu chegar para trabalhar tinha que obrigatóriamente passar em frente ao salão dela. Não contente com isso, ela me levou mais 6 funcionárias, prometendo mundos e fundos, precisei trocar quase todo o meu pessoal, isso num salão de beleza é a pior coisa que pode acontecer..., ainda não contente ela insuflou mais 2 a me processarem também!! em menos de 1 ano fui 3 vezes na frente do juiz me explicar por ter sido tola, boba e acreditar nas pessoas...
A partir daí tudo que era sucesso passou a ser dívida... tudo que eu construi com tanto carinho, tava ali capenga, sem dinheiro , cheio de problemas mas eu ainda acreditava e lutava para salvar, sem saber que aí começou a falência de tudo... inclusive da minha vontade, fui ficando triste...
Um dia, uma cliente minha que havia ido no salão dela me alertou... disse que lá a mãe dela fazia macumba da brava para que meu salão fechasse, eu nunca acreditei nessas coisas, pensava se eu não acredito e sou do bem em mim não pega.
Descobri que pega, não sei como, mas pega, a quantidade de energia negativa que veio de lá, arrasou com minha prosperidade... até incêndio aconteceu no meu salão. Foi o pior período da minha vida.
Um ano depois o salão dela fechou, mas aí o estrago já tinha sido feito, eu apenas estava arrumando a casa do incêndio (essa é outra história macabra) para entregar o imóvel, isso durou mais um ano...
Quando faltavam dias para eu entregar a casa recebi um telefonema, adivinhem de quem... dela mesma pessoalmente, me pedindo desculpas e perguntando se eu não teria o emprego dela de volta...
Eu não sabia se ria ou chorava... mas calmamente perguntei a ela, vc conhece a fábula da galinha dos ovos de ouro? ela disse sim conheço e eu disse pois é... vc matou a galinha... agora era tarde demais.

A saída



















As saídas são sempre dramáticas...ou dissimuladas a de Val foi dramática. Eu já estava estranhando o comportamento dela, quando começaram os rumores de que ela estava bebendo na hora do almoço, saía para almoçar tomava conhaque com cerveja e voltava para atender clientes, mas eram apenas rumores eu não podia demiti-la por algo que não tinha provas, essa é nossa lei, quem demite por JUSTA CAUSA, tem que provar o delito do funcionário, como se isso fosse fácil! Além de cuidar da empresa tinha que ficar esperando ela cometer um delito grave com testemunhas, para poder demiti-la sem pagar por isso.O dia chegou, ela saiu para almoçar e ficou fora por 2 horas, a outra manicure sem comer e ela não voltava do "almoço" mandei uma pessoa chama-la, a resposta foi que ela já viria, mas não veio, ela tinha uma cliente marcada que chegou para ser atendida e ela no bar, o sangue me subiu e fui pessoalmente atrás dela. Ela estava saindo do bar calmamente, rindo como se não estivesse fazendo nada de errado, cheguei bem perto dela dela e disse baixinho, apesar de fervendo por dentro, mas estávamos na rua, acabou Val vocë está demitida e virei as costas pra ela retornando para o salão. Essa mulher começou a gritar como uma louca! mas gritava mesmo! dizia que eu era ingrata! gritava tanto que comecei a andar mais rápido, todos da rua estavam vendo aquilo coisa de doido mesmo. Claro que ela havia bebido e estava descontrolada, entrei no salão ela entrou atrás de mim, urrando com clientes na casa, com funcionárias perplexas parecia um filme de terror. Ela entrou no escritório ainda gritando, eu repeti que ela estava sendo demitida por justa causa, ainda dei a ela a chance de se demitir, ela amassou o papel e jogou a caneta em cima da mesa, desceu as escadas agora chorando escandalosamente, pegou sua bolsa e foi embora. Nunca mais eu vi Val, mas o estrago que ela causou na minha empresa eu só iria saber um tempo depois... Ela não me processou, não tinha como, mas deixou um rastro de destruição inacreditável... ali naquele dia meu sonho lindo de ter uma empresa começou a desmoronar...

Val a primeira Manicure















Val foi minha primeira manicure, eu já tinha duas depiladoras muito boas, de tanto as clientes pedirem a tal manicure, acabei cedendo, eu diria que esse foi meu primeiro grande erro como adminisradora, ceder a tudo que as clientes pediam em vez de seguir minha idéia inicial que era uma clínica de depilação.Que estava indo muito bem obrigada até a chegada de Val. Uma senhora, mulata super simpática, excelente manicure, rápida, caprichosa. solícita, tudo de bom. Ela topava tudo, queria conquistar clientes, como era a única manicure, chegava cedo e saía tarde. Eu estava super satisfeita, o negócio crescendo, os horários apertando, chegou uma hora que ela não conseguia mais atender a demanda, eu precisaria de mais uma manicure. Na minha euforia, nem percebia que os esmaltes importados iam desaparecendo aos poucos, às vezes o caixa não batia mas tudo bem, elas eram confiáveis... um dia o rombo foi grande desapareceram R$ 300,00 da pasta de pagamento das funcionárias, foi aquele rebuliço e o dinheiro foi achado no dia seguinte, num lugar inusitado. Deixei pra lá, quem sabe eu guardei lá e me esqueci... Acabei contratando a segunda manicure, que para o desespero de Val trabalhava melhor do que ela, consequentemente ela começou primeiro a dividir suas clientes, depois a perde-las visívelmente... nisso tudo já fazia um ano que ela estava lá comigo, e as coisas sumindo... e eu não percebia, já estava com 4 funcionárias o negócio continuava crescendo, o dinheiro entrava, nada parecia errado. Mudei para uma casa maior, e Val começou a ficar esquisita, perdeu a alegria, parou de rir, começou a atrasar, faltar sem motivo e a outra absorvendo todas as clientes. Mesmo assim elas ainda trabalhavam bem, até que um dia uma cliente muito constrangida veio falar comigo a respeito de um dinheiro que ela havia emprestado a Val e não estava conseguindo receber, eram R$ 300,00. Quando ouvi o valor, me lembrei do dinheiro que "andou" a quase um ano atrás. Dei uma bronca nas duas, na cliente por ter emprestado e em Val por ter pedido, aquilo era o fim da picada! Descontei do salário dela e paguei a cliente. Quando comentei com minha irmã sobre essa história ela me contou que também já tinha emprestado cinquentão para Val que nunca devolveu. Eu SEMPRE ERA A ÚLTIMA A SABER DAS COISAS aquilo começou a me apavorar, E resolvi que ia demitir Val. mas para isso eu precisaria contrata-la, ela já estava a quase dois anos na casa e não tinha carteira assinada, ninguém tinha, nessa época já eram 5, tinha uma massagista também, contratei um advogado para me orientar, pois o salão funcionou um tempo sem firma aberta, eu não tinha experiência nenhuma, aquele caos. Abri a firma e registrei todo mundo mas era tarde demais, todas elas já tinham quase 2 anos de casa tive que seguir como estava, tentando fazer as coisas mais certas dali pra frente. Depois do registro todas mudaram mas Val que estava acostumada com a bagunça, definitivamente não se adaptou aos DEVERES de um funcionário registrado. Horário de chegada, almoço e saída ela ignorava, sobrecarregava a outra manicure pois nunca estava presente, foi ficando mau humorada e relapsa, começou a fazer as unhas das clientes de qualquer jeito, reclamações, não dava mais eu já estava planejando a demissão dela quando o destino acelerou as coisas...

Ingênuidade


Quando a alguns anos atrás resolvi montar um negócio, um instituto de Depilação, nunca imaginei que fosse tão difícil a relação empregadoXpatrão e é bem assim mesmo, um Versus o outro, um precisando do outro mas ao mesmo tempo, é uma guerra, velada, escondida mas uma guerra, na minha opinião sem vencedores.
Claro que não estou aqui para generalizar todos os empregados, existem os bons e falarei deles também, mas o que pude observar, pelo menos na minha pequena experiência, é que emprego todo mundo quer, trabalhar... nem todos. Direitos todos tem, deveres... pra que??
Nossa lei trabalhista é paternalista ela protege o empregado sempre, isso criou um vício neles, o vício da impunidade, se a coisa acabar na justiça eles vencem... não me conformo que seja assim... mas é.
Micro empresas então, não tem chance, a lei é a mesma para elas e para as grandes, que podem se defender, as micro podem falir e é o que ocorre muitas vezes.
Eu fui uma que abri um empresa cheia de sonhos, imaginei que eu mudaria a vida de um monte de gente, pensei estar formando pessoas, profissionais do bem, me esforcei muito pra isso... mas é dar nó em pingo d´agua... ninguém da valor pra isso.
Passei por poucas e boas, por isso resolvi criar esse Blog, para desabafar o que eu penso sobre essa relação, para relatar os casos escabrosos que aconteceram comigo, para ouvir histórias que não sejam minhas, enfim vamos ver no que vai dar!